Cães têm um humano favorito? Veterinária explica que escolha não é aleatória e varia de cada animal
Luciel e Teddy moram na mesma casa Arquivo pessoal Quando adotamos um bichinho, idealizamos diversos cenários de afeto e muito amor que podemos dar a eles - e ...
Luciel e Teddy moram na mesma casa Arquivo pessoal Quando adotamos um bichinho, idealizamos diversos cenários de afeto e muito amor que podemos dar a eles - e que isso seja devolvido de forma recíproca -, no entanto, nem sempre é assim. Às vezes, os pets acabam criando um vínculo maior de afeto com alguém que não seja o tutor, como a criança, o vizinho, ou até mesmo seu parceiro. Mas, por quê isso acontece? Para entender melhor sobre como os cães escolhem o seu "humano favorito", o g1 conversou com Giovanna Del Cistia, médica veterinária de Sorocaba (SP). Ela explica que, na verdade, os animais possuem personalidade e que a escolha não é nem um pouco aleatória. 📲 Participe do canal do g1 Sorocaba e Jundiaí no WhatsApp "Essa escolha não é, de forma alguma, feita de 'qualquer jeito'. Porém, ela também acaba sendo lógica: o pet acaba escolhendo as pessoas que ele tem mais convívio ou acaba dando mais atenção com ações que agradam mais o animal, como brincadeiras", diz. Segundo a profissional, existem outros cuidados que podem ajudar o cão a escolher a pessoa predileta, como cuidados com a alimentação e até mesmo passeios externos. De uma forma ou outra, os animais também se importam com a saúde. "Não existe pet que não goste de brincar e passear com as pessoas que mais gosta. É um momento de afeto, de bom convívio, que é importante para eles. Isso ajuda a fortalecer vínculos e fazer com que ele crie uma confiança maior em você", explica. Giovanna Del Cistia é veterinária e mora em Sorocaba (SP) Arquivo pessoal Mesmo com os tutores sendo a escolha lógica aos olhos dos seres humanos, nem sempre é assim. E não há nenhum comportamento único ou específico que faça a escolha do cão mudar de uma hora para outra, e sim a forma como agir em um geral. "Não existe uma ação específica que faça o animal gostar de você de uma hora pra outra. Isso é trabalhado aos poucos, com muita calma e, obviamente, amor. E dá para perceber a partir do momento que ele faz festa a hora que a pessoa chega, abanar o rabo ou seguir mais a pessoa pela casa. Inclusive, isso é uma atitude muito comum", conta. Ao g1, Giovanna explica que o comportamento de afeto pode variar de acordo com as características de cada raça. Porém, existem outros fatores que podem influenciar na forma em que cada animal se comporta, como traumas passados. "Alguns animais podem ser naturalmente mais introspectivos ou até mesmo agressivos. Isso pode variar de raça para raça, por conta de predisposições, ou por traumas causados no passado. O conselho é sempre ser paciente com os animais e respeitar seus limites. Em alguns casos, é interessante um adestramento ou acompanhamento com veterinário especialista", detalha. 'Cada um tem seu dono favorito' Luciel (à esquerda) e Teddy (à direita) Arquivo pessoal Daniel Fernandes também é de Sorocaba e é o tutor de dois cães: Luciel e Teddy. A primeira é mais apegada a ele, enquanto o segundo é o melhor amigo de Guilherme Barbieri, companheiro do desenvolvedor de jogos. O tutor explica que Teddy já era apegado a Guilherme antes de eles morarem juntos, já que ele se mudou da capital paulista para iniciar uma nova a vida a dois. Luciel vivia na rua e chegou depois desse período, aparecendo na porta da casa somente "para pedir comida". "Eu sou o dono favorito da Luciel e o Guilherme é o dono favorito do Teddy. Cada um tem seu dono favorito. Eu acredito que isso acontece por uma série de fatores, já que fui eu que fiz a passagem dela para dentro de casa. Fiz ela se acostumar com a cama, fiz ela se acostumar dentro do novo lar, a andar por aqui", relata. Daniel é de Sorocaba (SP) e tem dois cães Arquivo pessoal "Acho que, quando você dá comida para o animal, ele também acaba pegando uma certa confiança. Afinal, você não morde a mão que te alimenta. Acredito que, para nós humanos, isso funciona como um truque. Mas, para eles, isso é totalmente afetivo", complementa. Daniel prossegue dizendo que o adestramento dentro de casa foi essencial para desenvolver um vínculo amoroso entre ele e Luciel. Para ele, o ponto de início de qualquer relação é um convívio minimamente agradável. "A parte de educação, de quando você treina o cachorro, com certeza conta muito. Eu fui ensinando aos poucos o tom de voz, a entender os comandos. O cão cria uma sensação de proximidade com você a partir do momento que ele entende que você é uma figura de respeito", compartilha. Ao analisar o comportamento de cada animal, o casal conseguiu perceber a dispersão de cada um pela casa. Teddy gosta de ficar mais perto dos cômodos onde Guilherme fica, enquanto Luciel está sempre próxima de Daniel. "O Teddy está sempre com o Guilherme independente de que canto da casa ele esteja. A Luciel, se eu vou para o escritório, ela vai junto. Se eu vou para a cozinha, ela está atrás. Estamos sempre grudados um no outro, mas o inverso também acontece. Nossa casa não tem isso, é amor para todo lado", finaliza. *Colaborou sob supervisão de Júlia Martins Veja mais notícias da região no g1 Sorocaba e Jundiaí VÍDEOS: assista às reportagens da TV TEM